segunda-feira, 24 de abril de 2017

dan2010: O que é a política?

dan2010: O que é a política?: Atrevemo-nos a uma viagem no mundo a filosofia. Fomos à Grécia de Sócrates, Platão e Aristóteles... Mais moderna viagem chegados a Norberto...

O que é a política?

Atrevemo-nos a uma viagem no mundo a filosofia. Fomos à Grécia de Sócrates, Platão e Aristóteles... Mais moderna viagem chegados a Norberto Bobbio. Haverá que se escrever muito mais do que o que aqui delineio, mas creio o início de uma longa viagem... Venha comigo! 
A atividade política é a mais importante das atividades humanas” (Ayres Brito).
Na vida de todos nós, viventes, tudo se resume na política em sua concepção mais ampla. “Os fins da política são tantos quantas forem as metas a que um grupo organizado se propõe, segundo os tempos e as circunstâncias”. Porém, “um fim mínimo à política (enquanto poder de força) é a manutenção da ordem pública e a defesa da integridade nacional” (Bobbio). A Democracia empresta a mais ampla parcela de sua significação à prática política. 
Abatido pela "pós-verdade" (a sociedade preferiu os boatos aos fatos), brasileiro não enxerga avanços institucionais e perde a crença na política, avalia diretor do Diap ao lembrar a “crônica da tragédia anunciada”: Desqualificação da política.
O analista é conhecedor profundo dos bastidores do Congresso Nacional, Toninho, onde convive diariamente com as articulações políticas e legislativas há quase 40 anos, nos traz que o país avançou nos últimos anos na adoção de mecanismos de controle e transparência dos gastos públicos, porém, perdeu a capacidade de discutir e buscar saídas convergentes para temas que interferem de maneira impactante na sociedade, como as crises política, econômica e a corrupção.
Para Toninho, o enfrentamento dessas questões depende, inicialmente, de investimento em educação política e cívica. “O brasileiro perdeu a capacidade de relativizar, foi completamente envolvido por essas artimanhas do período pós-verdade, em que os fatos, os argumentos e a verdade ficam em segundo plano, frente a outras formas de provocar reações, os comportamentos mais primitivos do ser humano”.

Não me cabe buscar a reflexão eis que cada qual tem a sua. Trago estas palavras para aplica-las a Léo Pinheiro cujo passado não longínquo inocentou Lula e teve sua delação desqualificada. Sim, ninguém disse a razão, mas ficou mais que “na cara”.  Entre aquela delação e a de agora, decorrido tempo suficiente para arquitetar o “canal” para sua liberdade — aceitou alguma sugestão? Doido, eu? Mas ao vilão, verme diria eu, não restam dúvidas, mas quão difícil é entrarem no Reino de Deus “aqueles que põem a sua confiança nas riquezas”! Na sequência, vem a sentença: “É mais fácil o camelo passar pelo fundo de uma agulha do que o rico entrar no Reino de Deus”. É isto mesmo, sem dúvida alguma, Léo, nem em pensamento, disporá de seu patrimônio e dá-lo-á aos pobres. Dono de grande fortuna lançou ao espaço o pensamento mais esdrúxulo, estúpido: Lula orientou-me(!?) a destruir todos os documentos sobre as negociatas, balbuciou. Fosse verdade já não teria dito naquela outrora delação desqualificada? Não creio que Moro ira se estribar sobre esta frágil e estapafúrdia afirmação de Léo, nem creio que Fachin venha aceita-la de tão inacreditável e mirabolante.
Alfio Bogdan - Físico e Professor - Analista em acidente de transito.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

dan2010: Há coisas que até Deus duvida!!!

dan2010: Há coisas que até Deus duvida!!!: “ A atividade política é a mais importante das atividades humanas ” ( Ayres Brito ). Na vida de todos nós, viventes, tudo se resume na po...

Há coisas que até Deus duvida!!!

A atividade política é a mais importante das atividades humanas” (Ayres Brito).
Na vida de todos nós, viventes, tudo se resume na política em sua concepção mais ampla. “Os fins da política são tantos quantas forem as metas a que um grupo organizado se propõe, segundo os tempos e as circunstâncias”. Porém, “um fim mínimo à política (enquanto poder de força) é a manutenção da ordem pública e a defesa da integridade nacional” (Bobbio). A Democracia empresta a mais ampla parcela de sua significação à prática política. 
Abatido pela "pós-verdade" (a sociedade preferiu os boatos aos fatos), brasileiro não enxerga avanços institucionais e perde a crença na política, avalia diretor do Diap ao lembrar a “crônica da tragédia anunciada”: Desqualificação da política.
O analista e conhecedor profundo dos bastidores do Congresso Nacional, Toninho do Diap, convive diariamente com as articulações políticas e legislativas há quase 40 anos, nos traz que o país avançou nos últimos anos na adoção de mecanismos de controle e transparência dos gastos públicos, porém, perdeu a capacidade de discutir e buscar saídas convergentes para temas que interferem de maneira impactante na sociedade, como as crises política, econômica e a corrupção.
Para Toninho, o enfrentamento dessas questões depende, inicialmente, de investimento em educação política e cívica. “O brasileiro perdeu a capacidade de relativizar, foi completamente envolvido por essas artimanhas do período pós-verdade, em que os fatos, os argumentos e a verdade ficam em segundo plano, frente a outras formas de provocar reações, os comportamentos mais primitivos do ser humano”.

Não me cabe buscar a reflexão eis que cada qual tem a sua. Trago estas palavras para aplica-las a Léo Pinheiro cujo passado não longínquo inocentou Lula e teve sua delação desqualificada. Sim, ninguém disse a razão, mas ficou mais que “na cara”.  Entre aquela delação e a de agora, decorrido tempo suficiente para arquitetar o “canal” para sua liberdade — aceitou alguma sugestão? Doido, eu? Mas ao vilão, verme diria eu, não restam dúvidas, mas quão difícil é entrarem no Reino de Deus “aqueles que põem a sua confiança nas riquezas”! Na sequência, vem a sentença: “É mais fácil o camelo passar pelo fundo de uma agulha do que o rico entrar no Reino de Deus”. É isto mesmo, sem dúvida alguma, Léo, nem em pensamento, disporá de seu patrimônio e dá-lo-á aos pobres. Dono de grande fortuna lançou ao espaço o pensamento mais esdrúxulo, estúpido: Lula orientou-me(!?) a destruir todos os documentos sobre as negociatas, balbuciou. Fosse verdade já não teria dito naquela outrora delação desqualificada? Não creio que Moro ira se estribar sobre esta frágil e estapafúrdia afirmação de Léo, nem creio que Fachin venha aceita-la de tão inacreditável e mirabolante.  
Alfio Bogdan - Físico e Professor - analista de acidente de trânsito.    

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Anamatra publica nota contra declarações do ministro Gilmar Mendes a respeito do TST

Anamatra publica nota contra declarações do ministro Gilmar Mendes a respeito do TST
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) divulgou, na noite desta segunda-feira (03/04), nota pública na qual critica as reincidentes agressões deferidas  pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes aos integrantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Em palestra, o ministro afirmou que o TST é um “laboratório do Partido dos Trabalhadores (PT)”, com diversos ministros  indicados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e simpatizantes da referida sigla partidária.
Para o presidente da Anamatra, as declarações do ministro revelam, mais uma vez, falta de respeito para com o TST e seus magistrados, bem como demonstra profundo desconhecimento da realidade da Justiça do Trabalho. "A Anamatra repudia essas e outras declarações ofensivas proferidas pelo ministro Gilmar Mendes, conduta essa inaceitável de um membro da mais Alta Corte. As reincidentes agressões pessoais a quase todos integrantes do TST, por parte do ministro Gilmar Mendes, nos leva a indagar se Sua Excelência ainda tem imparcialidade para julgar matérias oriundas da Corte trabalhista ", criticou  Germano Siqueira. Confira abaixo a íntegra da nota:
 NOTA PÚBLICA
A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO (ANAMATRA), entidade que congrega mais de 4.000 juízes do Trabalho em todo o território nacional, tendo em vista renovadas agressões proferidas pelo Excelentíssimo Senhor Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes contra integrantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST), vem a público assinalar:
1 – O ministro Gilmar Mendes, mais uma vez palestrando para lideranças empresariais, desrespeita o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e seus integrantes. De forma totalmente inadequada, afirma que o TST é laboratório do Partido dos Trabalhadores (PT) e que seus ministros foram indicados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), também lançando dúvidas sobre a honorabilidade de cada um deles ao questionar a suposta fragilidade do modelo de apuração de requisitos para o exercício dos cargos naquela Corte e falta de escrutínio da vida de seus ministros, o que é completamente inaceitável.
2 – Tal como manifestado em ocasião anterior, quando Sua Excelência agrediu a instituição Justiça do Trabalho  e o Tribunal Superior do Trabalho, a Anamatra novamente repudia o discurso de ódio, não só  contra os ministros do TST, mas contra a instituição como um todo, além de lamentar o profundo desconhecimento do ministro acerca da realidade do Judiciário trabalhista no Brasil, o que se revela por manifestações irresponsáveis como as que tem proferido, que estimulam episódios de acirramento de ânimos em vários pontos do país.
3 – As nomeações dos ministros do TST ocorreram na forma prevista na Constituição Federal e, nesse contexto, são absolutamente legítimas, resultado de listas formadas por juízes de carreira ou originárias do quinto constitucional, magistrados com histórico funcional e acadêmico irretocáveis, sem nenhum envolvimento nem compromisso com posições políticas, o que parece não ser certo dizer em relação ao seu crítico constante.
Brasília, 03 de abril de 2017.
Germano Silveira de Siqueira
Presidente da Anamatra

Por Alfio Bogdan – Físico e Professor – analisa de acidentes de trânsito

quarta-feira, 12 de abril de 2017

dan2010: Veio-me pelo facebook: =► Obrigado hein!!!►►O enc...

dan2010: Veio-me pelo facebook: =► Obrigado hein!!!
►►O enc...
: Veio-me pelo facebook: = ► Obrigado hein!!! ► ► O encontro entre Sartre, Simone e Che – por Sartre " Não somente um intelectual mas ...
Veio-me pelo facebook: =► Obrigado hein!!!
O encontro entre Sartre, Simone e Che – por Sartre
"Não somente um intelectual mas o ser humano mais completo da nossa geração." Jean-Paul Sartre
(...)
"Em Cuba, a idade preserva seus dirigentes: sua juventude lhes permite afrontar a realidade revolucionária em sua austera dureza. Se têm que aprender, se devem ajudar-se com conhecimentos técnicos, os responsáveis não se dirigem a ninguém: dão um jeito. Ninguém saberá em que setor –geralmente é na vida privada – terão recolhido algumas migalhas de tempo abandonadas; ninguém saberá que aumentam indefinidamente a intensidade de seu esforço para reduzir indefinidamente a duração da aprendizagem.
Mas podemos adivinhar o que não nos dizem. Para citar somente um caso, o comandante Ernesto Guevara é considerado homem de grande cultura e isso se nota; não se necessita muito tempo para compreender que detrás de cada frase sua há uma reserva de ouro. Mas um abismo separa essa ampla cultura, esses conhecimentos gerais de um médico jovem que, por inclinação, por paixão, se dedicou aos estudos das ciências sociais, dos conhecimentos precisos e técnicos indispensáveis a um banqueiro estatal.
Nunca fala sobre isso, a não ser para pilheriar sobre suas mudanças de profissão; mas a intensidade de seu esforço se sente: se trai por todas as partes, menos pelo rosto tranquilo e relaxado.
Para começo de conversa, a hora de nosso encontro era insólita: meia-noite. E no entanto eu tive sorte: os jornalistas e visitantes estrangeiros são recebidos amável e longamente, mas às duas ou três da manhã.
Para chegar a seu gabinete tivemos que cruzar um vasto salão que só tinha móveis encostados nas paredes: algumas cadeiras e bancos. Em um canto havia uma mesinha com um telefone. Em todos os assentos havia soldados derrotados pelo cansaço; uns montavam guarda e outros dormiam, incomodados até no sono pela desconfortável posição.
Detrás da mesa com o telefone, vi um jovem oficial rebelde, praticamente dobrado em quatro, com os longos cabelos negros caídos sobre os ombros, seu boné cobrindo o nariz e os olhos fechados. Roncava suavemente e seus lábios seguravam fortemente a ponta de um charuto apenas começado: o último ato do adormecido havia sido acendê-lo, para se defender das tentações do sono.
Cruzando aquele salão tive, apesar de estar brilhantemente iluminado, a sensação de que havia subido num trem antes do amanhecer e penetrado num compartimento adormecido. Reconhecia os olhos avermelhados que se abriam, os corpos dobrados ou retorcidos, extenuados, o incômodo noturno. Eu ainda não estava com sono, mas através daqueles homens sentia a densidade das noites mal dormidas.
Uma porta se abriu e Simone de Beauvoir e eu entramos: a impressão desapareceu. Um oficial rebelde, coberto com uma boina, me esperava. Tinha barba e os cabelos longos como os soldados da ante-sala, mas seu rosto liso e disposto me pareceu matinal. Era Guevara.
Saíra do banho? Por que não? O certo é que começara a trabalhar cedo na véspera, almoçado e comido em seu escritório, recebido visitantes e esperava receber outros depois de mim. Escutei que a porta se fechava às minhas costas e me esqueci do cansaço e da noção da hora. Naquele escritório não entra a noite; para aqueles homens em plena vigília, ao melhor deles, dormir não parece uma necessidade natural, mas uma rotina de que praticamente se livraram.
Não sei quando descansam Guevara e seus companheiros. Suponho que depende, o rendimento decide; se cai, param. Mas de todas as maneiras, se buscam em suas vidas horas vagas, é normal que as arranquem aos latifúndios do sono.
Imaginem um trabalho contínuo, que compreende três turnos de oito horas, mas que faz 14 meses que é realizado por uma só equipe: eis o ideal que quase alcançaram aqueles jovens. Em 1960, em Cuba, as noites são brancas: ainda se distinguem dos dias; mas é só por cortesia e consideração ao visitante estrangeiro.
Mas apesar de suas extremadas considerações, não podiam fazer outra coisa que reduzir ao mínimo possível as horas imbecis que eu dedicava ao sono: ia dormir muito tarde e me acordavam muito cedo. Eu não o sentia: pelo contrário, com frequência me chateava, por tarde que fosse, ir dormir quando eles velavam, ainda que tivessem acordado cedo; por saber que me haviam precedido em várias horas. É que era impossível viver naquela ilha sem participar da tensão generalizada.
Aqueles jovens rendem à energia, tão amada por Stendhal, um culto discreto. Mas não ache que falam dela, que a convertem em teoria. Vivem a energia, a praticam, talvez a inventem; ela se comprova em seus efeitos, mas não em palavras. Sua energia se manifesta.
Para manter dia e noite a alegria limpa e clara da manhã em seu gabinete e em seu rosto, Guevara necessita de energia. Todos a necessitam para trabalhar, mas mais ainda para apagar, à medida que se apresentam, as pegadas do trabalho e as marcas do sono. Não se recusam a falar de seu nervosismo, mas não o deixam mostrar-se: levam o controle de si mesmo até parecer, ou melhor, até sentir-se tranquilos. As coisas vão tão longe que empregam essa energia, convertida em sua segunda natureza, para tiranizar seu temperamento.
Fazem o necessário, todo o necessário, mais que o necessário; até o supérfluo. Já disse que desprezavam o sono; é necessário; por outro lado, não suportariam –e eu o concebo também– que se ocorresse uma agressão fossem surpreendidos na cama. Quem não os compreenderia? Quem não compreenderia que a angústia e a cólera diante dos atentados e sabotagens os mantém despertos mais de uma noite?
Mas eles vão além: quase chegam a repetir a frase de Pascal: “é preciso não dormir”. Se diria que o sono os abandonou, que também emigrou a Miami. Eu só vejo neles a necessidade de ficarem despertos". Jean Paul Sartre*
Alfio Bogdan - Físico e Professor - analista em acidente de trânsito

quarta-feira, 5 de abril de 2017

dan2010: << Os partidos devedores em fuga >>

dan2010: << Os partidos devedores em fuga >>: A temerária ação do Procurador Dallagnol contra o PP, cobrando mais de dois bilhões de reais daquele Partido, decorrentes de lesões ao erár...

<< Os partidos devedores em fuga >>

A temerária ação do Procurador Dallagnol contra o PP, cobrando mais de dois bilhões de reais daquele Partido, decorrentes de lesões ao erário, que ele assevera cometidas por filiados ao mesmo, certamente  abre a lista de um rosário de ações judiciais, que visam o extermínio dos partidos políticos no Brasil. Isso só foi possível “naturalizar”, como ação do Ministério Público Federal, após um exitoso  movimento da mídia tradicional, articulado com direita liberal orgânica – existente na burocracia do Estado e  na maioria dos partidos tradicionais – para criminalizar a política de forma radical. Por dentro da política democrática  e com o funcionamento normal das suas instituições, não conseguiriam fazer as suas reformas de desmonte do Estado, de terceirizações selvagens e de entrega do pré-sal.
A criminalização da política não se confunde com o combate a corrupção. O verdadeiro combate a corrupção se faz dentro da ordem jurídica, para que dele não redunde apenas uma troca de grupos de poder, como ocorre especialmente nas ditaduras, mas um conjunto de mudança culturais e institucionais, que reduza a margem de manobra de corruptos e corruptores na sua relação com o Estado, além de punir – dentro da lei – os que cometerem ilícitos penais comprovados.  A premissa da criminalização da política – com a sua devida espetacularização – abrigada na desculpa que isso “ajuda a combater a corrupção”, na verdade pretende é extinguir a confiança na democracia, expandir a “exceção” e fazer supor que o combate a corrupção não se identifica com o regime democrático, quando, na verdade os regimes de força, de qualquer origem, são sempre os mais corruptos e corruptores.
Como se faz a falsa identidade, entre “exceção” e combate à corrupção? O nazismo e o fascismo já mostraram como. Inicia-se apontando como criminosos, não indivíduos ou grupos concretos e determináveis, mas  toda uma comunidade indeterminada e abstrata, sem indicar concretamente os “delitos” que ela cometeu. Outorga-se a esta comunidade, ser portadora de um determinado “mal”: inimigos, espiões, corruptos, raça inferior, “deformados”, ladrões ou o quer que seja.  Nesta indicação, as responsabilidades pessoais de cada indivíduo ficam  dissolvidas no “todo”, tornando-se, este “todo” -por inteiro- criminalizável, ao arbítrio da autoridade policial ou do encarregado de propor a ação penal. Os ciganos, judeus, comunistas, socialdemocratas, depois os homossexuais, democratas ou simpatizantes do regime democrático – tanto no nazismo como no fascismo – foram as vítimas mais evidentes desta metodologia da barbárie.
A responsabilização penal, nesta hipótese, passa a ser baseada no fato de que a pessoa é judia, comunista, democrata intransigente, cigana ou homossexual, não por ela ter cometido um delito qualquer.  O poder, nestas condições, pode “pinçar”, da comunidade já tida como “criminosa”, quem quiser, para punir e  responder por aquele “todo”. Pode punir, tanto “culpados”, como inocentes. No caso do Brasil, aquele indivíduo, sendo um “político”, a prova do crime já está feita. A política passou a ser, no imaginário popular, apenas uma forma refinada de delito. Ele – o político -, como categoria social, já foi criminalizado pela propaganda manipulada e pelo bombardeio da informação interessada, mesmo que não tenha cometido qualquer crime ao longo da sua vida pública.
A criminalização da esfera da política, como um todo, começou por pessoas do PT, foi para grupos do PT, depois chegou ao PT, como um todo. A seguir, transcendeu para outros partidos, passando para o PTB  e o PMDB, atingindo o PP e o PSDB, sempre com diferentes cargas de interesse investigativo, tanto da imprensa tradicional como das autoridades policiais e do MP.  O resultado foi a criminalização da esfera da política, combinada com a fixação, no poder, da mais notória Coalizão de Investigados e Denunciados (e agora também de presos) que já governou o país, que está nos levando ao desastre. A criminalização da política e a incriminação dos partidos – como instituições – cobra o seu preço. Tornou-se uma magnífica homenagem do Estado-polícia a quem realmente tem “culpa”, pois dá chance de unificar os culpados que foram bem punidos, com os inocentes, que tiveram as suas vidas destruídas pelos “vazamentos” seletivos e pelos métodos de “exceção”. Com a maldição lançada sobre os partidos e sobre a política, todos os políticos e todos os afeiçoados ou filiados aos partido, são devedores em fuga.
O professor Donaldo Schüller, no seu magnífico “Afrontar Fronteiras” (Ed. Movimento, 111), dá uma pista valiosa do porquê tudo isso pode acontecer, como se fosse “natural”, relembrando Heidegger, adepto do “Führerprinzip”. Tudo pode ser explicado racionalmente, dependendo do ponto de partida da razão. O filósofo justificou-se perante os aliados – para não ser condenado como criminoso de guerra –  que só apoiara os nacional-socialistas para “deter o avanço do comunismo”. A explicação foi aceita por algumas décadas e depois caiu por terra. Pergunta: por quanto será aceita a justificação, de que ações como estas interpostas por Dallagnoll, só tem por objetivo “combater a corrupção”?  Talvez por muitas décadas. Se o Supremo continuar admitindo que setores do Ministério Público sejam, de fato, os guardiões da Constituição, e assim os condutores político do país em crise, chegaremos ao tempo que Heidegger precisava para ser esquecido, como o Reitor que prestigiava a autoridade do nazismo para demitir os professores judeus. Que eram criminosos, porque eram judeus, portanto devedores em fuga.